Eles são o combustível do corpo. E, justamente por essa razão, podemos avaliar o quanto as crianças necessitam deles. “Carboidratos são a base da alimentação, são os principais fornecedores da energia a ser utilizada pelo organismo nos processos de crescimento, desenvolvimento e atividades diárias”, explica a nutricionista Maria Angélica Monteiro Grecco, especialista em nutrição enteral e parenteral, de São Paulo. Portanto, alimentos como pães, arroz, massas, batata e mandioca devem, sim, fazer parte do prato do seu filho. O importante é respeitar algumas regras que farão com que seja ofertado a ele o melhor dos carboidratos. Afinal, esses alimentos, se não forem bem administrados, engordam (e muito!).
Energia para viver
A quantidade de carboidratos que deve ser comida diariamente varia,
dependendo da idade e também do quanto de energia se gasta. “Crianças que
praticam atividade física regularmente necessitam ter o consumo adequado de
carboidratos, pois esse nutriente será responsável por maximizar o desempenho
durante o exercício, e evitar o cansaço e a fadiga”, diz Angélica. Segundo a
especialista, a ingestão correta desses itens evita que o organismo utilize
proteínas de sua própria massa muscular para gerar energia, minando-as. Os
carboidratos devem compor de 50% a 60% do total de calorias consumidas todos os
dias pelos pequenos.
Sem risco de engordar
“Existem tipos de carboidratos que fazem mal à saúde e, se fizerem parte
da alimentação diária da criança, podem acabar engordando sem nutrir, como é o
caso das farinhas brancas presentes nos pães e massas”, esclarece Mariana
Froes, nutricionista da Clínica de Nutrição Funcional Patricia Davidson Haiat,
do Rio de Janeiro. Assim como para os adultos, a substituição das versões
refinadas pelas integrais é altamente recomendável para evitar a obesidade nas crianças.
Além, é claro, de incentivar nelas bons hábitos alimentares desde cedo.
A introdução dos integrais pode ser feita a partir de 1 ano de idade,
quando a alimentação infantil passa a ser a mesma da família. Todos saem
ganhando se trocarem o arroz, o macarrão e o pão comuns, por exemplo, pelas
versões integrais, que, em relação às tradicionais, são muito mais ricas em
nutrientes. “Esse produtos promovem saciedade e ajudam na saúde intestinal, que
é importante para absorção de vitaminas e minerais, fundamentais para o bom
funcionamento do organismo”, diz Mariana. Como os integrais levam mais tempo
para serem digeridos, são ótimos aliados contra a obesidade, pois promovem
saciedade e ajudam a manter a fome sob controle.
O melhor carboidrato
Os alimentos fontes de carboidrato são classificados segundo uma tabela
de índice glicêmico (I.G.), pela qual esse fator pode ser baixo, moderado ou
alto. Esses valores traduzem a velocidade com que os alimentos são digeridos e
atingem a corrente sanguínea. Quanto maior o I.G., pior para o organismo: o
pâncreas trabalha mais e produz picos de insulina, que é o hormônio responsável
por metabolizar a glicose, seguidos de quedas bruscas. Isso é bem ruim para a
saúde e, em casos extremos, pode culminar em diabete. Sem contar que a digestão
rápida favorece o acúmulo de gordura corporal porque estômago vazio dá fome e,
portanto, come-se mais.
As fibras presentes nos alimentos integrais fazem com que eles tenham
uma digestibilidade mais lenta e menor índice glicêmico. E detalhe: de acordo
com a nutricionista Angélica Grecco, quanto maior a variabilidade de grãos,
melhor. Portanto, para a alimentação do seu filho e de toda a família, escolha
aquele pão e aquela granola com tipos bem diversos de grãos. As frutas,
principalmente aquelas que se pode comer a casca, também entram nesse grupo.
Invista nelas!
Por outro lado, vale a pena controlar o consumo de pães e massas à base
de farinha de trigo branca, batata e mandioca, bem como o de doces e sorvetes,
que possuem I.G. alto. Esses itens devem ser consumidos esporadicamente. “Outro
alimento a se evitar são os biscoitos. Eles são ricos não só em carboidratos
que não nutrem, mas também em conservantes e corantes, que acabam fazendo mal à
criança, sem contar que são cheios de açúcares”, alerta Mariana Froes.
Torne o integral mais gostoso
Veja algumas sugestões de Angélica Grecco para introduzir alimentos
integrais na dieta do seu filho:
- Trigo integral: use para fazer quibe e tabule.
- Aveia: misture ao leite para preparar uma papinha ou um mingau.
- Arroz integral: para facilitar a adaptação, sirva misturado ao arroz
branco, meio a meio. Ou incremente com vegetais coloridos.
- Macarrão integral: as crianças costumam gostar. Prepare ao sugo, à
bolonhesa ou acrescente à sopa.
- Cereais integrais matinais: sirva com leite ou iogurte. Coloque frutas
picadas para dar sabor e colorir.
- Farinhas integrais: use para preparar bolos, tortas e suflês.
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