Depois de um longo período em que o pequeno se
alimenta apenas de leite materno, saiba como incorporar as papinhas, as
sopinhas e as frutas ao cardápio
Aos 6 meses, uma grande mudança acontece na vida do pequeno: além do
leite materno, ele passa a saborear papinhas, sopas e frutas. Essa
adaptação nem sempre é fácil. Algumas crianças, simplesmente, não
aceitam a novidade. Para ajudar mãe e filho nessa transição, reunimos
dicas preciosas de nutricionistas e pediatras. A ideia é tornar a hora
da refeição um momento prazeroso e cheio de descobertas para a garotada.
Bom apetite!
1. Hábitos alimentares saudáveis começam pela amamentação
Até os 6 meses, nada de água, chás e sucos, somente leite do peito.
Além de nutrir, imunizar e estreitar laços afetivos, o alimento materno
deixa lições que a criança guarda para o resto da vida. Uma das mais
importantes delas é a chamada autorregulação. Ao decidir quanto e quando
vai mamar, o recém-nascido aprende a lidar com a saciedade, o que reduz
e muito o risco de obesidade no futuro. Aliás, um deslize bastante
comum nessa fase é associar sempre o choro à fome. Dar o peito toda vez
que o pequeno abre o berreiro pode fazer com que ele recorra à comida a
cada frustração da vida. Nessa fase, seu filho também já começa a ter
contato com os diferentes sabores dos alimentos. Isso acontece porque o
gosto do leite muda conforme a dieta da mãe. Portanto, é absolutamente
recomendável que a família siga uma alimentação balanceada, fugindo da
monotonia.
2. Nada de substituir o leite materno pelo leite de vaca integral
Na impossibilidade de amamentar, os pais devem fornecer fórmulas
infantis prescritas pelo pediatra. Isso vale especialmente para o
primeiro ano de vida. Nada de substituir o leite materno pelo leite de
vaca integral, o que pode comprometer o desenvolvimento da criança,
deixando sequelas. De acordo com os especialistas, o consumo da bebida
láctea de origem animal nessa fase pode levar à sobrecarga renal devido
ao excesso de proteína e sódio. Sem contar no baixo fornecimento de
ácidos graxos essenciais, ferro, zinco e algumas vitaminas. Em outras
palavras, há o risco de problemas cognitivos, anemia, prejuízo ao
crescimento, falta de proteção contra infecções e mais vulnerabilidade a
doenças crônicas.
3. Ao preparar a papinha, não use o liquidificador
O sexto mês marca uma mudança importante na dieta de uma criança. É o
período em que os pais devem introduzir as papinhas na rotina alimentar
dos filhos. Tanto salgadas como doces. Serão, em média, quatro mamadas
para duas papas. Aqui uma dica importante é jamais usar o
liquidificador, que tritura sem piedade qualquer ingrediente. Os
pediatras seguem uma receita clássica: a papinha deve ser pastosa, mas
não totalmente liquefeita. Em outras palavras, você terá de peneirar,
ralar, raspar, espremer ou amassar os alimentos nessa primeira etapa.
Não existe restrição em relação às frutas a serem usadas, embora muitos
evitem as mais ácidas - preferem a laranja-lima, por exemplo. Seja como
for, a principal preocupação é que elas sejam frescas, in natura e, de
preferência, da estação.
4. A primeira papa salgada deve ser oferecida junto com a doce
Se a criança não aceitar bem a novidade, complemente a refeição com o
leite materno. Entre os grupos de alimentos que podem ser cozidos,
peneirados e amassados, estão as principais categorias: cereais ou
tubérculos, leguminosas, carne (vaca e frango) e hortaliças (verduras e
legumes). O óleo vegetal deve ser usado em menor quantidade. As sopinhas
podem ser preparadas, por exemplo, com batata, cenoura, caldo de
músculo, cebola, sal e azeite. Pode-se também incluir outros legumes,
folhas e carnes. Fica o recado: é imprescindível usar alimentos frescos e
tomar cuidado com o excesso de sal, além de evitar temperos fortes,
como a pimenta.
5. Ofereça água e suco no copo
Nessa fase, o bebê também deve começar a tomar água e sucos naturais,
sem a adição de açúcar. Procure oferecer, no máximo, 100 mililitros por
dia. Sempre no copo para não ameaçar a amamentação com a confusão de
bicos. Os sucos, principalmente os de frutas cítricas, devem ser
oferecidos após as refeições para melhorar a absorção do ferro,
presente, por exemplo, na carne vermelha, no feijão e nas folhas
verde-escuras. Jamais substitua os alimentos sólidos por bebidas. Para
matar a sede, dê a água e não o suco.
6. Use vários tipos de peneira
Depois que o novo cardápio já entrou na rotina alimentar da criança,
suas refeições se resumirão a três mamadas e três papinhas, duas
salgadas e uma doce, além dos sucos e da água. Para graduar a
consistência das sopinhas, vale a pena investir em diferentes peneiras. A
ideia é usar telas com entrançamentos cada vez menos estreitos,
permitindo que os alimentos fiquem paulatinamente mais endurecidos.
7. Nada de festa se o pequeno raspou o prato
A introdução dos alimentos sólidos pode gerar estranhamento e estresse
na criança. Leve isso em consideração ao colocá-la no cadeirão. Com o
tempo, ela deve se render aos prazeres da comida, mas, até lá, tenha
bastante paciência. Fuja dos modelos de recompensa e de ameaça. Quer
dizer, nada de festa se raspou o prato ou broncas porque cuspiu a
comida. O ambiente deve ser o mais tranquilo e aconchegante possível na
hora da refeição. O cansaço, a irritação e o nervosismo dos pais
interferem no humor do bebê. Adotar horários fixos também é importante,
assim o organismo do pequeno vai se acostumando à rotina.
8. Aos 9 meses, separe os alimentos
Do nono mês até o primeiro ano de vida, o bebê deve passar
gradativamente para a refeição da família, com ajuste apenas na
consistência dos alimentos. Não é preciso lembrar a importância dos
hábitos alimentares da casa na dieta dessa criança. Se os pais comem
lasanha congelada, sanduíches e pizza vários dias por semana, a criança
terá dificuldades para criar uma dieta saudável. O cardápio deve ter
alimentos variados, coloridos e frescos. A monotonia é outro risco que
deve ser evitado, sob pena de o pequeno se tornar seletivo demais. Uma
dica valiosa é separar os alimentos para que ele sinta o gosto de cada
um. Se possível, prepare refeições que encham os olhos. Vale, inclusive,
optar por pratos infantis, que já vêm com divisórias. Procure também
deixar seu filho apreciar o aroma da comida, feita na hora. Tudo isso
vai despertar os sentidos dele. Ah, a reunião de toda a família à mesa é
mais um fator a favor da alimentação saudável.Fonte: http::www.bebe.abril.com.br/materia/como-apresentar-os-primeiros-alimentos-ao-bebe