Alimentos Alérgenos
De olho nos novos alérgenos: alimentos que passamos a consumir mais recentemente podem causar novos tipos de alergia
É curioso: apesar de 90% das alergias alimentares estarem relacionadas a
apenas oito tipos de alimentos*, outro fator vem aumentando o índice
dessas reações. Trata-se dos novos alérgenos, alimentos
que foram introduzidos à população mais recentemente. Kiwi, gergelim e
mostarda são alguns exemplos e já somam casos consideráveis desse tipo
de doença.
Quem dera as alergias alimentares fossem coisa do
passado e hoje já existisse a cura para cada uma delas! Assim, não seria
preciso se preocupar com a reação que o organismo da criança teria após
ingerir determinados alimentos, não é mesmo?
"O organismo
humano é complexo e a alergia alimentar nada mais é do que uma reação do
próprio sistema imunológico contra algumas proteínas, enxergando
determinado alimento como um verdadeiro inimigo invasor", explica a
Dra. Renata Cocco, da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia
(ASBAI). O contato com novas proteínas, associado a uma predisposição
genética, reflete no aumento da chance de desenvolver uma doença
alérgica. Ou seja, as reações alérgicas da mãe e do pai podem
influenciar em 75% os casos de alergias nos filhos – mesmo aquelas que
não estão associadas aos alimentos. "Por isso é importante que a
mãe, durante sua gestação, tenha uma alimentação saudável e balanceada,
com muitas frutas e verduras, além de peixes ricos em ômega-3 (salmão,
arenque e sardinha, por exemplo), pois pode minimizar o aparecimento de
várias doenças, inclusive a alergia", aconselha a especialista.
Já os novos alérgenos não têm nenhuma causa nos genes, mas sim na falta
de hábito de consumo, já que foram introduzidos na alimentação mais
recentemente.
Cuidado: intolerância não é alergia
Essa é uma das distorções mais comuns: nem tudo é alergia! "Em 35% dos casos em que os pais levam os filhos apresentando sintomas de alergia, só 6% confirmam a doença", explica Dra. Renata.
A intolerância alimentar é a principal causa dessa confusão. Apesar de
os sintomas serem bem parecidos, a alergia geralmente é mais grave. Uma
pessoa pode ter dificuldade na digestão a algum tipo de alimento, sem
envolver o sistema imunológico, o que configura intolerância.
É alergia mesmo?
A única forma de ter 100% de certeza se é ou não alergia, é pelo teste
de provocação oral, ou desencadeamento, em que a criança é submetida ao
alimento suspeito sob supervisão médica. Este teste deve ser realizado
em ambiente próprio, com diferentes medicações prontas para serem
utilizadas, caso seja preciso.
Geralmente é indicado em
situações em que há necessidade de se estabelecer a relação "causa
versus efeito" entre os sintomas apresentados e os alimentos suspeitos,
ou no caso das alergias mais tardias – gastrintestinais – em que há
dificuldade em estabelecer o real responsável pelos sintomas.
Os testes laboratoriais – cutâneos e de sangue – não garantem um
diagnóstico preciso e devem ser muito bem interpretados por um médico
experiente. As formas gastrintestinais das alergias, de caráter mais
tardio, podem apresentar resultados negativos nos exames laboratoriais,
sem, no entanto, ser afastado o diagnóstico de alergia.
Por
isso, é bom estar atenta à alimentação de seu filho. E,
independentemente de suspeita de alergia ou intolerância, recorra ao
pediatra de sua confiança. Só ele pode garantir um diagnóstico eficaz!
*Alimentos que causam 90% das alergias alimentares:
- leite;
- ovo;
- soja;
- trigo;
- amendoim;
- castanhas;
- peixes e frutos do mar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário